quinta-feira, 3 de julho de 2008

Aos que dizem que os jovens não estão com nada



Juventude e Participação


Inicialmente, gostaria de destacar que toda avaliação é feita a partir de uma comparação. Neste caso, essa comparação poderia ser feita em duas direções. Uma delas em relação a outras faixas etárias e a outra em relação à juventude de épocas passadas. Em relação à primeira dimensão, me parece que o comportamento político da juventude não seja diferente do de outras faixas etárias. Os que avaliam como baixa a participação política da juventude atual não podem afirmar que seja diferente da participação política das outras faixas. Existem parcelas da população passivas (e entre elas há jovens e também adultos), assim como existem parcelas da população com alta taxa de participação política, e entre elas podemos igualmente identificar jovens e adultos.

Logo, uma comparação entre faixas etárias não nos leva a concluir que seja baixa a participação política da juventude. Agora, em relação à outra dimensão, a comparação entre juventudes de épocas diferentes, podemos constatar diferenças que aparentemente levem algumas pessoas a afirmações do tipo “a juventude atual não está com nada”, “antigamente os jovens tinham maior consciência e atuação política”. E aqui, novamente, devemos analisar a questão por partes. Jovens alienados e passivos sempre existiram ao lado de jovens conscientizados e ativos politicamente.

Deve-se reconhecer que a proporção entre essas duas categorias muda com o tempo, tem épocas em que a proporção de jovens ativos se amplia e em outras épocas diminui. Mas esse aumento ou diminuição é uma expressão da sociedade como um todo e não de uma determinada faixa etária. Se numa época a parcela de jovens cresce e se torna mais intensa, é porque esse mesmo fenômeno se manifesta na sociedade como um todo. O comportamento juvenil expressa as tendências gerais da sociedade como um todo.

A grande diferença está nos meios de que dispõem os jovens para desenvolver sua consciência crítica ou para manifestar sua postura política. Aí, sim, registramos mudanças radicais em relação a outras épocas.

Atualmente, os jovens têm acesso aos meios de comunicação que permitem ampliar a velocidade e a abrangência da transmissão de idéias, o que oferece facilidades nunca antes disponíveis para a expressão política da juventude.

A minha resposta pode parecer otimista e tenho plena consciência de que ela é. Os jovens da atualidade não são diferentes dos jovens de outras épocas, aceitam ou rechaçam valores, assumem ou não atitudes políticas com a mesma postura dos jovens do passado, a diferença não está no grau e sim na forma. Não muda o caminho, muda a forma de caminhar.

retirado de: http://www6.uerj.br/vestuerj/2009_1eq_1de3_port.pdf

A intenção de trazer este texto à vocês, leitores, apesar do mesmo ser um tanto quanto grande, é despertar tanto os jovens como os adultos, um sentimento contra o comodismo que se instalou em nossas vidas tornando-nos 'incapazes' de protestar contra o errado, contra o que não satisfaz a massa. Como exemplo, tomei a foto no início da reportagem, a passeata dos 100 MIL, que foi realizada em 1968, organizada pelo movimento estudantil (UNE - União Nacional dos Estudantes), sendo os principais líderes, jovens que através desta passeata histórica, paralisou a cidade do Rio e mais, mostrou que quando queremos, conseguimos. Parabéns a essa geração que completa em 2008 40 anos.

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