terça-feira, 5 de agosto de 2008

O mal necessário por André Coelho

Desde o fim da censura, a imprensa brasileira passou a ter mais liberdade editorial e jornalística. Porém, o que se questiona atualmente é o limite da independência de cada meio de comunicação (como a televisão, por exemplo) para selecionar o que é próprio ou não para a exibição. Grandes beneficiadas com essas medidas são as televisões locais de vários municípios do país, inclusive Teresópolis. Produzem programas sem conhecimentos básicos de ética e seriedade, sem falar na estrutura deficiente, às vezes não pela falta de dinheiro, mas pela falta de vontade de evoluir e trabalhar em condições mais produtivas. São poucos os que se destacam nessa área, pois a grande maioria comete os mesmos erros de grandes emissoras. Atrações com conteúdo inadequado para certos horários se tornaram constantes em redes nacionais. Por isso, o governo passa a exercer um controle de classificação etária em todas as emissoras de TV. Essa intervenção é importante, porque não impede que o programa vá ao ar, apenas fiscaliza o horário de veiculação. A liberdade de imprensa é algo fundamental em uma democracia, entretanto deve haver um controle em relação ao nível da programação. O governo e principalmente a sociedade devem realizar essa função sem arbitrariedade, escolhendo livremente o que é construtivo e necessário, abrindo mão do que é sensacionalista e manipulador. Sendo assim, enquanto houver um público receptivo a ignorância e a baixaria, será necessário algum tipo de controle ou fiscalização, mas diferentes dos moldes da ditadura brasileira. Teresópolis é o exemplo claro do que a falta de fiscalização pode causar e não é um resultado bonito. Em hipótese alguma.

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